A Teoria da Bacia

Hoje vou apresentar um pensamento que comecei a desenvolver já há longa data e que, com o passar do tempo, entremeado por algumas conquistas amorosas e outras tantas decepções do mesmo tipo, transformou-se em teoria. A Teoria da Bacia.

Embora seja uma ferramenta poderosa para todos aqueles, e aquelas, interessados em conquistar o ser desejado, trata-se de uma simples aplicação de leis elementares da Física a relacionamentos amorosos. Vamos a ela.

Imaginem vocês uma bacia cheia d’água. Dela se aproxima um Sujeito A que, abruptamente, tenta puxar, com as mãos, a bacia com a água para junto de si. O Sujeito A consegue a bacia, porém, a água, seguindo princípio fundamental da Física, vai para o lado oposto, afastando-se do Sujeito A.

Imaginem agora outro elemento, chamemos de Sujeito B, que também se aproxima da mesma bacia e, ao invés de tentar trazê-la para perto, desfere um potente chute tentando mandar a bacia cheia d’água para longe dele. Assim como ocorrera com o Sujeito A, o Sujeito B consegue realizar apenas parte de seu objetivo, já que a bacia vai para longe, mas a água, devido à força do chute, volta contra ele, molhando o seu estimado corpo.

Como poderão verificar ao fazerem em casa o experimento, as situações acima se aplicam a qualquer pessoa que queira se passar pelos sujeitos A ou B, independente de raça, religião, índice de massa corporal ou time de futebol do coração.

Mas não se repetem apenas com os sujeitos, as bacias e a água. Na verdade, a água dentro da bacia é uma alegoria perfeita do comportamento que nós, seres ditos racionais, temos sempre que nos deparamos com alguma situação amorosa. Homem ou mulher, todos se enquadram na Teoria da Bacia*: se o nosso par nos enche de carinho, demonstra toda a sua afeição com mimos os mais variados, ou seja, se tenta trazer a bacia para perto de si, o que fazemos? Vamos imediatamente para o lado oposto e nos afastamos da pobre alma amante, como a água; ao contrário, se o pretendido, ou pretendida, comporta-se como um verdadeiro pulha, ignorando nosso carinho, não honrando os compromissos mais elementares como atender ligações telefônicas e até mesmo esquece nossa data de aniversário, ou seja, se o distinto enfia um bico bem dado na bacia, para que ela suma no horizonte, o que fazemos? Tal como a água, derramamo-nos sobre o troglodita, tentamos de todas as formas conquistar o coração do brucutu, não enxergando que o único meio adequado para conseguir a conquista seria justamente devolver o chute na bacia, com potência no mínimo semelhante.  

Por outro lado, o mesmo que chuta a bacia hoje e se ensopa com a água que volta em sua direção, amanhã tenta trazer a bacia para si e vê a água ir embora sorrateira. O mais interessante é que, mesmo tendo conhecimento da teoria e sabendo, portanto, que o comportamento mais racional e eficaz seria agradar (trazer a bacia para perto) justamente quem queremos ver longe e menosprezar (chutar a bacia) quem desejamos conquistar, fazemos sempre o oposto.

E continuaremos fazendo até o fim dos tempos, ao mesmo tempo em que provamos por A+B que existe alguma racionalidade na raça humana…

* Importante ressaltar que o caso geral da Teoria da Bacia enquadra-se aos homens e mulheres que gravitam em torno da média nas diferentes características pessoais (beleza, situação financeira, fama etc.), podendo não se aplicar perfeitamente a casos especiais. Especificamente, em relação à beleza, a teoria se aplica totalmente aos muito belos, mas não aos muito feios, que, contrariando as leis da Física, sempre tenderão a se derramar em direção aos pretendentes, independente de serem chutados os agradados. Já em relação à situação financeira, não se aplica totalmente nem aos muito ricos nem aos muito pobres. Os primeiros conseguirão trazer o ser desejado para perto independente do seu modo de ação e os segundos dificilmente conseguirão o intento, mesmo desferindo na bacia chute mais potente que a patada atômica de Pepe ou Rivellino. Há ainda os casos de interações, como muito feio e muito rico ao mesmo tempo. Resumindo grosseiramente a análise que seria extensa, em casos como esse a situação financeira tende a ser dominante sobre a beleza física.

Sobre Thiago B. Ribeiro
Thiago Barros Ribeiro tem 32 anos, é paulistano, sampaulino e, segundo as boas e más línguas, quase insuportavelmente chato. Mestre em Economia por formação, gestor público por profissão, metido a besta em esportes por paixão.

16 Responses to A Teoria da Bacia

  1. paolo says:

    teoria que desenvolvi?
    hahaha essa eu já ouvi de outras fontes amigao… (com o mesmo nome inclusive…)

    se quiser indicacoes, eu tenho disponível toda uma literatura baseada no tema hehehe BEM interessante!!!!

    • Thiago says:

      Tem que ver a data de suas outras fontes, Paolo. Por ser algo muito importante para a evolução dos povos, a teoria pode ter sido desenvolvida em vários rincões do planeta ao mesmo tempo, como já aconteceu com tantas outras. No meu caso, tenho escritos que já esboçam o tema desde a longínqua década de 90 e, até que me apresentem algo mais antigo, vou continuar defendendo a autoria original… Abraço.

  2. paolo says:

    kct
    digitei teoria da bacia no google e nao eh que a PRIMEIRA OCORRENCIA era sua mesmo? vou ter que checar minhas fontes…

  3. Foca says:

    A teoria é do Thiago mesmo…

    2 considerações apenas sobre esta grande teoria:

    1) Quando o sujeito B chutar a bacia, pode ser que por ventura a água da bacia ao invés de cair diretamente no sujeito B, ela pode desviar para o lado e ensopar um sujeito C;

    2) Discutindo essa teoria com nosso amigo Carlos, cogitamos se a teoria da bacia não seria válida somente para aqueles que não utilizam o chute estrategicamente, isto é, aqueles que a chutam porque queriam a água longe mesmo.

    • Thiago says:

      A possibilidade do Sujeito C realmente existe, Foca, mas é forçoso lembrar que a água que está na bacia chutada pelo Sujeito B tem como que uma atração magnética por ele, de modo que dificilmente cairá em outra parte.

      Em relação à validade da Teoria apenas para os que a utilizam sem intenção, não acredito. O ponto é que, até agora, nunca se teve notícia de alguém que a conseguiu utilizar estrategicamente, justamente pela falha no princípio da racionalidade humana mencionada no post. Abraço.

  4. Renato says:

    Vou fazer um modelinho, verificar as condições de equilíbrio do sistema e já volto.

  5. paolo says:

    renato,

    já te adianto que é um sistema divergente…

  6. paolo says:

    claro que a galera utiliza isso estrategicamente.
    existe até conceitos e livros baseados no assunto conforme relatado em posts anteriores….

    por exemplo, o conceito de NAG é totalmente baseado nisso. dá uma checada….

    • Thiago says:

      Uma coisa é tentar, saber que deve, usar estrategicamente, outra conseguir. Não há registros entre a raça humana e os que dizem que conseguiram, estão mentido. Abraço.

  7. Marcelo Cerri says:

    Genial Thiago!
    Já fui A e B… o resultado foi supreendentemente o mesmo da Teoria da Bacia! Mas o melhor da Teoria é a parte que diz que ninguém pode controlá-la… Também fui A tentando ser B, sabendo que tinha que ser B, mas no final das contas agia como A!

    • Nilim says:

      Tô igualzinho a vc, Marcelão. O pior é saber o que não se deve fazer e ser impossível controlar.
      Parabéns pela teoria, Thiaguim

  8. Karen says:

    Não tem como controlar as atitudes… Já estive nas mesmas situações do Marcelo… rs. Ótima Teoria!

  9. Mateus says:

    Impossível de controlar, ainda mais sendo o A

  10. Helena says:

    é, não sei não hein……neste blog foi postado em 2008….huuum isso ta mal explicado amigo…

    http://palavradossabios.blogspot.com/2008/01/teoria-da-bacia.html

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